

A missa de sétimo dia e o culto ecumênico em memória das 12 crianças mortas no massacre da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, contou com a presença de familiares dos estudantes, diversos líderes religiosos, parentes de vítimas da violência e reuniu cerca de 2,5 mil pessoas, em frente ao colégio, de acordo com a Arquidiocese do Rio. O sargento da Polícia Militar Márcio Alexandre Alves, que impediu a continuação da chacina ao ferir o atirador e ex-aluno da escola Wellington Menezes de Oliveira foi recebido aos gritos de herói. Ele emocionou o público ao pedir que o colégio não fosse abandonado pelos alunos. "Aqui vocês terão todo o apoio necessário", disse o policial. Muito emocionados, os parentes das crianças mortas assistiram às cerimônias sentados nas primeiras fileiras. Eles receberam a solidariedade dos familiares de vítimas da violência em casos de repercussão no País. Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabela Nardoni, morta pelo pai, Alexandre Nardoni, e pela madrasta, Ana Carolina Jatobá, em 2008, veio de São Paulo para a missa. "Eu vim até o Rio para dar o meu apoio, pois eu recebi muita solidariedade dessas mães quando minha filha morreu e agora faço minha parte como mãe e cidadã", disse Ana. Ela assistiu à cerimônia ao lado de Cristiane Marcenal, mãe de Joanna Marcenal, cuja morte pode ter sido causada por maus-tratos quando estava aos cuidados do pai e da madrasta, em agosto de 2010. Muito aplaudido no ato ecumênico, o presidente do Conselho de Ética da União Nacional das Entidades Islâmica, Sheik Jihad Hassan Hammadeh, disse após a cerimônia que muçulmanos foram hostilizados no Rio e em São Paulo, depois da divulgação que o atirador estudava o Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos. "Alguns meios de comunicação tentaram associar a pessoa (do assassino) com o islamismo sem evidência nenhuma. Minha mulher foi chamada de terrorista no trânsito em São Paulo. No Rio, um homem ameaçou apedrejar a loja de um muçulmano, mas acho que a situação já foi controlada", disse. Ele disse que nos cultos recomenda serenidade aos fiéis neste momento. Pétalas de rosa Ao final do ato ecumênico, os líderes religiosos retiraram os cartazes e faixas de solidariedade dos muros da escola. O objetivo é que no retorno às aulas, marcado para a próxima segunda-feira, as crianças encontrem apenas a escola e não o cenário de uma chacina. O arcebispo do Rio, d. Orani João Tempesta, disse que "é hora de seguir em frente". "Aqui tem que se tornar um lugar onde as crianças possam estudar com tranquilidade. Entregamos a Deus todos os pedidos colocados na frente da escola após sete dias, como diz a tradição católica, para que possamos retomar a vida com novos compromissos", afirmou o arcebispo. Dois helicópteros da Polícia Civil jogaram pétalas de rosa durante as cerimônias.
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